"Não existe identidade. O que existe são atributos maleáveis, que moldam-se conforme a situação. O caráter é uma fantasia. A virtude, uma ilusão."
- M.H
29 de dez. de 2013
23 de out. de 2013
O momento, ou um momento.
As hastes apertam as laterais
Pressionando-me desconfortavelmente
Ah, como eu queria cessar a pressão
Mas não há possibilidades.
As lentes estão dispostas uniformemente
Formando imagens virtuais
Ilusões? Delírios?
Apenas dor.
Sobre o nariz, há dois glóbulos brancos
Encarregaram-se de anestesiar a área
Mentira. Não anestesiam nada.
Sinto o seu peso da mesma forma
Como parar, então?
Esperar seria o mais correto?
A verdade é que eu não sei.
Mas acredito que o tempo há de responder.
- M.H
Pressionando-me desconfortavelmente
Ah, como eu queria cessar a pressão
Mas não há possibilidades.
As lentes estão dispostas uniformemente
Formando imagens virtuais
Ilusões? Delírios?
Apenas dor.
Sobre o nariz, há dois glóbulos brancos
Encarregaram-se de anestesiar a área
Mentira. Não anestesiam nada.
Sinto o seu peso da mesma forma
Como parar, então?
Esperar seria o mais correto?
A verdade é que eu não sei.
Mas acredito que o tempo há de responder.
- M.H
24 de ago. de 2013
Espelho
Não sou Narciso.
Pelo contrário,
vilipendio o reflexo.
Por que iria me olhar?
Já não sou o que não quero ser?
para que se enamorar
quando iria enfim enlouquecer?
Vai-te, sai daqui
Maldito perfeito!
Tu abriste um buraco
No reflexo do meu peito
Procure, agora, outros olhos
que lhe sirvam de abrigo
Pois os meus, no teu reflexo
revelam-se um castigo
- M.H
Pelo contrário,
vilipendio o reflexo.
Por que iria me olhar?
Já não sou o que não quero ser?
para que se enamorar
quando iria enfim enlouquecer?
Vai-te, sai daqui
Maldito perfeito!
Tu abriste um buraco
No reflexo do meu peito
Procure, agora, outros olhos
que lhe sirvam de abrigo
Pois os meus, no teu reflexo
revelam-se um castigo
- M.H
5 de ago. de 2013
Gênio
Ao luar, ouvi tua sonata
Oh, velho amigo...
Tu que disseste que a comédia havia acabado...
Como podíamos aplaudir-te?!
Não. Abstive-me disto.
Entretanto, ouvindo novamente tua melodia,
lembro e penso...
por que os gênios morrem?
não deveriam estes nos eternizar?!
Não. Tu já havia se eternizado.
Agora, jovem amigo
Descansa-te em paz...
Que o luar te ilumine novamente.
- M.H
Oh, velho amigo...
Tu que disseste que a comédia havia acabado...
Como podíamos aplaudir-te?!
Não. Abstive-me disto.
Entretanto, ouvindo novamente tua melodia,
lembro e penso...
por que os gênios morrem?
não deveriam estes nos eternizar?!
Não. Tu já havia se eternizado.
Agora, jovem amigo
Descansa-te em paz...
Que o luar te ilumine novamente.
- M.H
5 de jul. de 2013
Avaliação
Apreendemos a hipotenusa
Apreendemos as três leis
Apreendemos as fórmulas
Apreendemos os reis
Mas não aprendemos.
Não nos ensinaram a humanidade
Não aprendemos a viver.
Jogam-nos numa jaula
E nos ensinam a temer
Mais tarde, porém
Vem o grande ensinamento
Vemos,enfim, que não fomos avaliados
Que todas as provas foram em vão
A grande resposta, neste caso,
Esta grande explicação,
Vai junto, degradando-se
Apodrecendo no caixão.
- M.H
Apreendemos as três leis
Apreendemos as fórmulas
Apreendemos os reis
Mas não aprendemos.
Não nos ensinaram a humanidade
Não aprendemos a viver.
Jogam-nos numa jaula
E nos ensinam a temer
Mais tarde, porém
Vem o grande ensinamento
Vemos,enfim, que não fomos avaliados
Que todas as provas foram em vão
A grande resposta, neste caso,
Esta grande explicação,
Vai junto, degradando-se
Apodrecendo no caixão.
- M.H
14 de jun. de 2013
Sobre o sol
Sob as nuvens, esconde-se o sol
Sob o corpo, esconde-se a mente
Há, entretanto, uma verdade pertinente.
Enquanto as nuvens se movem,
o corpo fica.
Enquanto a mente escurece,
o sol brilha.
- M.H
Sob o corpo, esconde-se a mente
Há, entretanto, uma verdade pertinente.
Enquanto as nuvens se movem,
o corpo fica.
Enquanto a mente escurece,
o sol brilha.
- M.H
13 de jun. de 2013
Entre o prazer e a dor
A natureza do homem é hedonista. Essencialmente hedonista. Vivemos pelo prazer, nada mais. Mesmo que desejemos dor em alguma etapa de nossas vidas, esta dor sempre virá acompanhada de um bem-estar.
Dado o exposto, proponho outra reflexão. O que é o poder? Como ele é exercido? No senso comum, atribui-se o poder a algum privilégio que um indivíduo tenha em relação a outro. Mas não. Na prática, o poder assume uma conjuntura totalmente diferente. Poder, camaradas, nada mais é do que prazer. Os indivíduos almejam poder pois desejam ter prazer. E como exercer este poder, então? Atualmente há diversas formas. Mas a mais comum é através da dor. Pode-se parecer contraditório visto o que eu disse iniclamente. Mas recordem o verso: "mesmo que desejemos dor em alguma etapa de nossas vidas, esta dor sempre virá acompanhada de um bem-estar". E é assim que funciona. Pela dor, buscamos sempre idealizar o bem-estar. Pelo poder, buscamos sempre o prazer.
- M.H
Dado o exposto, proponho outra reflexão. O que é o poder? Como ele é exercido? No senso comum, atribui-se o poder a algum privilégio que um indivíduo tenha em relação a outro. Mas não. Na prática, o poder assume uma conjuntura totalmente diferente. Poder, camaradas, nada mais é do que prazer. Os indivíduos almejam poder pois desejam ter prazer. E como exercer este poder, então? Atualmente há diversas formas. Mas a mais comum é através da dor. Pode-se parecer contraditório visto o que eu disse iniclamente. Mas recordem o verso: "mesmo que desejemos dor em alguma etapa de nossas vidas, esta dor sempre virá acompanhada de um bem-estar". E é assim que funciona. Pela dor, buscamos sempre idealizar o bem-estar. Pelo poder, buscamos sempre o prazer.
- M.H
3 de jun. de 2013
A galáxia.
Eis o que somos. Da lua, da luz, dos planetas. De nós. Da mobilidade flexível, da mutação constante, da inconstância. De tudo que planejamos, de tudo que criamos, eis o muro fortificado. Somos nós, a luz das estrelas, as próprias estrelas. Brilhamos, infinitamente poderosos. Mudamos.
- M.H
- M.H
26 de mai. de 2013
30 de abr. de 2013
A peça, a vida.
O teatro estava cheio. Eu reconhecia a maioria das pessoas. Quando adentrei no palco, logo vi minha família sentada na primeira fileira. Senti-me emocionado. À medida que eu encenava, mais e mais pessoas pareciam ingressar no recinto. A balbúrdia estava enorme. Todos, porém, estavam atentos aos meus movimentos; qualquer ação que eu tomava gerava um comentário alheio correspondente. O tempo foi passando, e a peça estava perto do fim, até que me dei conta que estava no último ato. Tudo, então. começou a mudar. Eu não era mais o mesmo. Na verdade, eu não sabia quem eu era. Tentei recorrer à memória, porém tudo que me veio a mente foram papéis que eu havia contracenado. Nada era verdadeiro. Eu nunca existi de fato. E o pior, só fui perceber isto quando o show havia acabado. Ao final, tudo o que me restou foram aplausos.
- Marcelo H.
- Marcelo H.
8 de abr. de 2013
Diferença
Primeiro a desordem; depois a lei. Por fim, a repressão; a censura; a angústia; a dor. Enfim, ao sabor da história e de sua constante modificação, surge a triagem. Ora favorável a um lado, ora a outro. Belo sistema, meus caros, onde a intermitência de poder define os beneficiados. A pergunta é: belo para quem? Se continuarmos assim, prevejo uma dicotomia de valores maior do que a existente. Enfim, sucederá ao começo da história: desordem, lei e repressão. Pois que seja assim. Se houver a perspectiva de uma melhora em âmbitos gerais, devemos promover ao máximo tal mudança. Darmos viva a ela. Viva! Viva! Viva!
- M.H
30 de mar. de 2013
Retrato de uma noite
Se de fato tudo que iluminássemos igualmente reluzisse, estaríamos de frente à verdade. Sim; a falsidade não reinaria. Porém, como tudo que é real deve merecer sê-lo, há um amplo predomínio da utopia. Os lúcidos agora são os que vivem nesta. E os loucos, coitados, já não sabem mais viver.
- M.H
- M.H
13 de mar. de 2013
Fogaréu
Mãos, pés e tabacos
Aos ventos, aos tolos e aos fracos
Acendes uma vida, apagas outra
Tu nada mais és do que uma pessoa
Cabelos em chama
Chamuscado de suor
E tudo que suaste
Agora transforma-te em pó
E todo fumo que é feito
Não passa de nós mesmos
Nicotina e alcatrão
Tudo junto às cinzas dos irmãos
- M.H
27 de fev. de 2013
O homem
O homem é o lobo da natureza. Quando a destrói, automaticamente está destruindo a si mesmo. E quando seu habitat já não lhe for útil, assim o homem tornará-se lobo dele mesmo.
24 de fev. de 2013
O nada para o tudo.
Acomodamo-nos e eis que fomos pisados. Resistimos, a decadência nos levou a verdade. Ora, e que verdade tão volátil é essa, que não dura mais de uma época? A negação fora feita e hoje só há afirmações falsas. A resistência eis um dia de triunfar e eis que os valores subversivos atuarão novamente. Da ruína se construiu o império.
- M.H
- M.H
22 de jan. de 2013
Máximas
"Nesta era da insanidade, loucos são os que fingem não ser."
"Ora, homens, vos sois carne de Humanitas! Para que dor, se a dor é uma criação humana?"
" Há quem afirme que fomos selvagens. Fomos? A partir do momento que dominamos a natureza, esta passou a nos dominar. Desenvolvemos-na e ela nos atrofiou. Matamos-na e ela nos enterrou. Ora, imagine se selvagens nós fossemos?"
- M.H
"Ora, homens, vos sois carne de Humanitas! Para que dor, se a dor é uma criação humana?"
" Há quem afirme que fomos selvagens. Fomos? A partir do momento que dominamos a natureza, esta passou a nos dominar. Desenvolvemos-na e ela nos atrofiou. Matamos-na e ela nos enterrou. Ora, imagine se selvagens nós fossemos?"
- M.H
16 de jan. de 2013
Moralidade
Não existe moralidade perfeita, pois cada conceito virtuoso depende de quem o produz e principalmente de quem o transmite. Como parte da herança genética, a virtude pode sofrer facilmente uma mutação ou recombinação, transformando-a em algo antes considerado anti-ético.
- M.H
- M.H
15 de jan. de 2013
Realidade
A definição de realidade em si já é falaciosa. Não existe realidade absoluta, pois nada existe de facto para todos. O que existe são meras interpretações (reais ou não reais) dependendo de quem as faz e de quem as interpreta.
- M.H
14 de jan. de 2013
Ilusão
A ilusão é um processo
Originado pela mente
Reforçado pelo coração
Absorvido pelo inconsciente
Culmina com uma expectativa
Que vai se desmanchando aos poucos
E ao fazê-lo regurlamente
Destrói o ser como um todo
Tal destruição se ameniza
A medida que outra ilusão se intensifica
E o resultado é a decepção desiludida.
- M.H
Originado pela mente
Reforçado pelo coração
Absorvido pelo inconsciente
Culmina com uma expectativa
Que vai se desmanchando aos poucos
E ao fazê-lo regurlamente
Destrói o ser como um todo
Tal destruição se ameniza
A medida que outra ilusão se intensifica
E o resultado é a decepção desiludida.
- M.H
6 de jan. de 2013
Sabedoria
"A verdade é que sabemos muito menos do que pensamos que sabemos. Eu só sei que sei porque aprendi a saber; infelizmente, a vida é muito breve para demasiados aprendizados. Resta-nos então absorver a limitada sabedoria e tentar, com esta sabedoria, aprimorar o aprendizado para se chegar numa utopia. Se chegaremos lá? Ainda não sabemos; ou melhor, ainda não aprendemos a saber."
- M.Hl
- M.Hl
4 de jan. de 2013
Breve ensaio sobre o ciclo sistemático.
O clico sistemático, por mais que tentemos nos enganar, é
cruel e aterrador. Você já nasceu inserido nele e para sair terá que fazer um
esforço descomunal conjuntamente. Mas falaremos do esforço numa outra
oportunidade. Vamos ao ciclo em si. Este ciclo basicamente consiste em três
etapas: A primeira é a entrada. Como já dito, você já está inserido lá dentro,
querendo ou não. A segunda etapa é a sua participação. Dependendo de sua
hereditariedade, pode ser que você obtenha uma melhor participação. Considerando
que isto não seja possível, vamos supor que seu cargo seja o mais inferior,
admitindo-se assim que existem outros superiores. A terceira etapa é a
submissão. Você, que está submetido aos seus superiores, deverá agir de acordo
com as normas deles. É nesta etapa que podemos perceber a privação da liberdade
individual; é aqui que o sistema se mostra opressor.
Bom, com as etapas definidas, vamos dar uma olhada nos
pilares que as sustentam.
O pilar da primeira etapa basicamente é o processo histórico
que a originou. Cada "ciclo" tem o seu processo, não significando, no
entanto, que não exista um processo universal. Ele existe e foi o grande
criador do sistema.
O pilar da segunda etapa surgiu como uma necessidade de
aperfeiçoar o sistema, na tentativa de obter o melhor CustoxBenefício possível.
Para isto, foi necessário uma intensa busca no passado, observando
como os ciclos anteriores funcionavam. A essência ideológica foi retirada e
implantada da maneira mais simplória no sistema.
Já o pilar da terceira etapa se dá de várias formas. Os
administradores do sistema observaram que a utilização da força bruta poderia
causar transtornos e decidiram então inovar. Construiram uma "droga"
que quando absorvida pelo organismo dos indivíduos causaria neles um imenso
sentimento de torpor e felicidade. A droga se mostrou muito mais efetiva do que
a violência em sí. Enquanto a primeira dá a impressão de que está tudo nos
conformes, a segunda cria um sentimento natural de revolta; um instinto
pertencente a todas as espécies.
Assim sendo, com as etapas e os respectivos pilares
definidos, temos um breve resumo do ciclo que opera no sistema. Apesar de
parecer que já acabamos, ainda há muito a ser discutido. O sistema é muito
amplo, repleto de recursos e de detalhes que precisam de circumspecção. Quem
sabe noutrora não teremos a chance de voltar a este assunto?
2 de jan. de 2013
Efemeridade permanente
Já tentei definir
Já tentei refutar
Já tentei sentir.
Já tentei reforçar
Sem sucesso,
Sem vitória
Tentativas tão fracas
A fraqueza inglória
Meu cérebro não é mais útil
Não sei se guardo ou se jogo fora
Nesta tão simples fragilidade
Eis-me aqui, a escória.
O recado está dado
Aproveitem enquanto é tempo
Na hora em que eu retornar
Não haverá mais nenhum lamento.
- M.H
Já tentei refutar
Já tentei sentir.
Já tentei reforçar
Sem sucesso,
Sem vitória
Tentativas tão fracas
A fraqueza inglória
Meu cérebro não é mais útil
Não sei se guardo ou se jogo fora
Nesta tão simples fragilidade
Eis-me aqui, a escória.
O recado está dado
Aproveitem enquanto é tempo
Na hora em que eu retornar
Não haverá mais nenhum lamento.
- M.H
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