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20 de dez. de 2012

O pensar contemporâneo

"Nem sempre podemos presenciar uma coisa, mas isto não significa que ela não aconteceu. Os vestígios dos atos, as evidências propriamente ditas são expressas numa relação intrínseca de causalidade. Claro que há todo um percurso a se seguir. O fato, a evidência e a causa. Não podemos inverter a ordem, é uma lei natural da física. Agora o que acontece quando há dois fatos, duas evidências e duas causas, ambos servindo para conceituar apenas um ser? Normalmente o bom-senso seria acionado, numa busca por maior verossimilidade. E é assim que ocorre nos dias de hoje. Claro que no passado as escolhas foram diferentes e quem sabe assim seja o futuro. O que vale a pena ressaltar é de que quando se há a dúvida, pode-se ou não haver uma resposta. Mas quando não há uma resposta, cabe analisar a dúvida."

M.H

27 de nov. de 2012

Exploração

Lusitanos e africanos
Eis aqui a sua origem
No berço de um país tropical
Onde cresceram as suas raízes

Índios, os primeiros a nos habitar
Não pense que esquecemos de vós
Guerreiros e soldados
Lançados todos ao monstro feroz

Monstro que porventura veio depois
E que está mais perto do pensamos
Não podemos vê-lo, não podemos senti-lo
Apenas o imaginamos

Mas, analisando o contexto
Percebemos o verdadeiro erro.
Não há nenhuma imaginação
Pois todos somos frutos desta criação.

25 de nov. de 2012

Paradoxo

"Há um grande paradoxo entre sentir-se vazio e sentir-se mal. Enquanto no primeiro o sentimento é passageiro, o segundo é mais duradouro. Porém, nesse, há a esmagadora sensação do nada, enquanto neste haverá a percepção de que algo está lá. O grande problema é: Quando algo se instala no lugar do nada, este algo será mais difícil de sair. Isto vale para o mau sentimento.
 Se fossemos estabelecer um placar de "sofrimento", constataríamos de que o melhor é não sentir nada. Acontece que a angustiante sensação nos faz muitas vezes recorrer a alguma coisa. Eis que vale a pena sentirmos muitas vezes mal do que não sentirmos nada. Eis a grande incoerência."

- M.H

21 de nov. de 2012

O que sou.

"Não confundam o meu ponto de vista com aquilo que sou. O que sou não está baseado no meu ponto de vista, mas sim no que me levou até ele. O que sou nada mais é do que a causa do meu pensamento. A única função do meu ponto de vista, neste caso, seria gerar outros "eus", que não o meu."

- M.H

Repentinidades

"Muito estudo já foi feito sobre repentinidades. Sim, elas existem. Como surgiram? Racionalmente falando, não é sensato atribuí-las uma causa. O racional neste caso está intrinsecamente ligado a forma como não atribuímos-na. Parece um paradoxo complexo, mas é muito mais fácil do que aparenta. Vejamos... Objeto A foi criado por um Objeto B. O objeto B, por sua vez foi criado por um objeto C, e assim sucessivamente, até chegarmos ao objeto Z. O que seria o objeto Z? O que originou todas os objetos, certo? Não. O objeto Z apenas originou seu sucessor. Ele não foi o criador do objeto A. O criador de A foi B. O objeto Z sequer estabelece uma relação com o objeto B, que criou A. O objeto Z é auto-suficiente.
Como ele surgiu? Daí voltamos para o título do texto."

- M.H

Palavras

"À priori, estava vazio. Então, eis que surgem algumas palavras como uma mera coincidência. Alguns, porém, afirmam que não existem coincidências. Daí, estes que negam a coincidência, criam outras para negar o surgimento delas. Por sua vez, os que constaram a coincidência, rebatem e persuadem, afirmando que sim, houve uma coincidência. Bom, do que adianta saber se de fato houve ou não? O que importa não será a utilidade das palavras? De suas perspectivas futuras? Não que elas venham de fato a proporcionar algo; mas uma vez que elas existem, temos de cogitar sua usualidade."

- M.H

16 de nov. de 2012

Retomada

"Sábio não é o que sabe que sabe, mas aquele que sabe que pode saber mais."
"Quem muito tem, pouco quer"

15 de fev. de 2012

Cômodos

Estou sempre acomodado
O conforto me seduz
A maciez me agrada
O prazer me conduz

O sofá é meu amigo
A poltrona é minha aliada
A cadeira é meu abrigo
A cama é minha amada

Mas se estou tão bem
Por que mal estaria?
Se estão tão acomodado
Por que o desconforto incomodaria?

Acontece que tudo não passou de uma acomodação
E quanto mais acomodados estamos
Menos acomodados eles estarão

- M.H

Estranho, eu?

Não diga que estou estranho
Quando estranho sempre fui
Você que não percebeu
A estranheza que me atribui

Se tento ser normal
Normal, tentando eu sou
Mas quando estranho sempre fui
Estranho agora estou

Sabe, são coisas da vida
Estranhando ou não
Há sempre uma saída

Saba, são coisas normais
Estranha-me agora
Estranha-me mais

- M.H

Exército

Cabeças ao vento
Exclama o soldado
Cabeças ao ar
Exclama-lhe o aliado

Sentilenas, estão prontos?
Indaga o general
Todos a postos agora
Recomenda o marechal

A guerra está para começar
Comenta o soldado
É viver ou morrer
Acrescenta o cabo

O exército é insolúvel
Insondado, intransigente
Todos o aspiram
Mas ninguém os consente

- M.H

10 de fev. de 2012

Lua

O sol vai
A lua vem
A lua cai
O sol também

O egóismo impera
Sempre foi assim
Há uma ordem nos fatores
E não há fim ruim

Amanhece agora
Mas esta já está a ir
Enquanto a segunda espera
A outra acabou de sair.

- M.H

9 de fev. de 2012

Tu sabes contar?

Você o faz fácil
Porque difícil seria fazê-lo
A facilidade da coisa
Dificulta-o inteiro

Analisando o problema
Percebemos uma solução
Tão fácil quanto difícil
Não há explicação

Um, dos três?
Ou quatro, cinco, seis?

Sete, oito, nove...
Conte-o outra vez.

- Marcelo H.

5 de fev. de 2012

Fósforo

Só porque um fósforo não funcionou, não significa que os outros também não funcionarão. Acontece que o problema as vezes é com a caixa.

- M.H